Sinopse
Tema sempre novo, sempre original, permanentemente aguardando a chave da sua inteligibilidade, este, do Estado.
Por hipótese, podemos sustentar que há duas maneiras de saber da sua origem: como produto de um acordo e como produto de uma luta.
Como produto de um acordo, no sentido em que, aqui e acolá, nos meandros da história, membros de uma sociedade decidiram enveredar por um contrato visando pôr cobro aos conflitos e permitir o usufruto de bens colectivos. Desse contrato teriam nascido o Estado e os seus funcionários ao serviço da colectividade.
Como produto de uma luta, no sentido em que o Estado nasce não de um acordo colectivamente decidido, mas da imposição de um grupo, de uma classe que obtém o usufruto económico através do domínio físico e político. Em Moçambique, por exemplo, o Estado é popularmente encarado como um privilégio gastronómico que requer alternância consumista, sendo frequentes expressões como esta: eles já comeram, agora é a vez de outros comerem.
Os quatro textos deste 28.º número da coleção “Cadernos de Ciências Sociais” da “Escolar Editora”, apresentam o estado do Estado na diversidade de critérios e de análise dos autores, na indagação histórica, na busca conceitual e na riqueza das posições.
