Desenvolvimento Endógeno no Moçambique em Transformação

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Editora: Escolar Editora
Ano: 2017
Nº Páginas: 308
Peso: 0.480 Kg
Dimensões: 230x160x16 mm
ISBN: 9789896700904
Categoria(s) Sociologia , Gestão de Empresas , Gestão de Empresas , Economia
Disponibilidade: Indisponível
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A pesquisa evidencia que o interesse prévio e premeditado em manter um desenvolvimento conduzido por forças sociais internas não esteve na centralidade dos processos de desenvolvimento, e quando essa preocupação existiu ela não foi alvo de uma discussão nacional sobre o que é o desenvolvimento endógeno, qual a sua natureza, quais os pré-requisitos e como orientar o processo de desenvolvimento nessa bitola, emergindo défices de conceptualização, fragilidade dos processos participativos e, nalguns casos, não baseados no realismo e pragmatismo.
As políticas e estratégias de desenvolvimento adoptadas foram maioritariamente inspiradas nos parceiros externos, por eles suportadas e sem levar em conta a realidade heterogénea do país e a lógica e dinâmica dos actores económicos, como se estivesse a “escrever numa página em branco”.
A situação de pobreza do país, instabilidade, baixa produtividade económica, elevada dependência externa, efeito dos eventos climáticos extremos e fragilidades institucionais de conceber, implementar e monitorar políticas públicas foram factores que se reforçaram e combinaram para engendrar processos de desenvolvimento extrovertidos, não sustentáveis nem suficientemente inclusivos. Esse quadro não permitiu o fortalecimento do empreendedorismo e do dinamismo empresarial, nem incrementou a produtividade e a competitividade da economia. Tornou-se mais fácil e cómodo tudo fazer para mobilizar apoio externo em vez de promover o sector privado para assim obter mais impostos para financiar o investimento e o desenvolvimento do país.
No domínio das intenções foi notório o esforço de fazer com que as políticas e estratégias de desenvolvimento fossem participativas, inclusivas, descentralizadas e sustentáveis, mas esses propósitos foram contrariados pela realidade prática, que mostrou que disponibilizar serviços sociais básicos como educação e saúde é menos complexo que engendrar processos virtuosos de incremento económico, fazendo com que as famílias de baixa renda e os camponeses aumentassem significativamente a produção, a produtividade e o rendimento.

Salim Cripton Valá

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